- Como estás?
- Não sei...
-Ah! Essas duas pequeninas palavras que nada têm que ver com o conhecimento!
- Não percebo o que quer dizer...
- E de novo!
- De novo?
- A junção da negação com o alcance do saber. Não sei. Como se de facto essa afirmação pudesse concluír o que não sabes ou, direi eu, o que temes saber e tornar um confronto entre ti e a tua racionalidade!
- Não sei o que está para aí a dizer... só sei que... que não sei.
- E não sabes o quê? O que é o quê dessa dúvida? O que tu és? Ou o que receias ver?
- Não sei...
- Novamente o não querer saber.
- Não sei, não sei, já lhe disse que não sei! Só sei que não sei o que sinto!
- Não?
- Não... acho que não... talvez uma coisa aqui dentro... qualquer coisa que não sei explicar...
- Dor?
- É dor mas não dói. E dói também sem saber onde... não sei.
- É uma falta? Uma ausência?
- É um buraco.
- Eu sei.

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